“Mantendo o nível de proximidade e cooperação com o Município de
Vila Real os Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde marcaram
presença nos simulacros realizados no Aeródromo Municipal de Vila
Real, testando Plano de emergência.
No dia 25/09/2020 foi realizado um simulacro na infraestrutura de
suporte ao Aeródromo sendo simulado um incendio na infraestrutura com
vitimas envolvidas, havendo a participação dos Bombeiros Voluntários
de Vila Real – Cruz Verde e dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca.
Anteriormente e dado a uma necessidade de apoio foi dada formação no
dia 24/09/2020 aos elementos pertencentes ao Aeródromo, referente ao
uso e manuseio de extintores.
Culminando no simulacro realizado no dia 01/10/2020 á escala total
contando com a envolvência dos Bombeiros Voluntários de Vila Real –
Cruz Verde, dos Bombeiros Voluntários da Cruz Branca, do SMPC do
Município de Vila Real.”
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real – Cruz Verde celebrou o 126 º aniversário da sua fundação, com início no dia 1 de dezembro de 2016 e final no dia 1 de Janeiro de 2017.
A 1 de Dezembro de 2016 os bombeiros, diretores e associados dirigiram-se aos cemitérios de São Dinis e Santa Iria, onde prestaram homenagem aos bombeiros falecidos ali sepultados.
No dia 28 Dezembro, antes do jantar de aniversário, procedeu-se no Salão Nobre do quartel, ao reforço do quadro de comando deste corpo de bombeiros com a tomada de posse do 2º Comandante, Ricardo Costa e do Adjunto de Comando, José Freitas. O ambiente foi caloroso, tendo a mesa da Assembleia Geral e a plateia dado votos de confiança a estes novos elementos nas suas novas funções.
Pelas 20h30 realizou-se o jantar de fim de ano e aniversário da Cruz Verde, que mais uma vez teve lugar no Hotel Miracorgo com o alto patrocínio do seu diretor, Dr. Alberto Carvalho. O jantar proporcionou aos presentes, um momento de reunião e convívio, que contou com os elementos do corpo ativo, associados, diretores, colaboradores, camaradas de outras corporações de bombeiros, presidentes das juntas de freguesia da área de atuação da Cruz Verde, entidades civis e militares, elementos do grupo coral e da fanfarra, assim como convidados.
Durante o jantar houve tempo para uma atuação musical dedicada aos bombeiros, interpretado por Inês Martins, elemento do Grupo Coral da Cruz Verde.
No período de intervenções, o Presidente da Direção, Engº Carlos Moreira, agradeceu a presença de todos, bem como a prestimosa ajuda do Dr. Alberto Carvalho e o tratamento exemplar por todo o pessoal do Hotel Miracorgo.
O Vereador Engº Carlos Silva felicitou a Cruz Verde pelos 126 anos da sua fundação e reforçou as suas palavras com um agradecimento aos corpos de bombeiros do Concelho.
Tal como há 126 anos atrás, no dia 1 de Janeiro, os bombeiros Vilarealenses, como eram designados à época, formaram em frente ao quartel, para a última jornada das comemorações deste aniversário.
Procederam ao hastear das bandeiras e seguiram até ao Largo do Pioledo para prestar homenagem aos Bombeiros, junto do monumento ali existente.
Pelas 10h, teve lugar na igreja de São Pedro uma missa solene em memória aos bombeiros e sócios falecidos, celebrada por sua Exª Reverendíssima D. Amândio Tomás, Bispo de Vila Real.
No final da eucaristia, no Largo dos Bombeiros, procedeu à bênção de duas novas ambulâncias para o transporte de doentes, que a Associação adquiriu para reforçar a sua frota.
A honra de apadrinhar estas viaturas coube ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, Engº Rui Santos, e à Dra. Ana Luísa Macedo Barros, batizando-as de “Cidade de Vila Real” e “Angelina”, respetivamente.
Ao final da manhã, cumprindo com a tradição, o comando e corpo de bombeiros desfilaram até à Câmara Municipal de Vila Real, acompanhados de diretores, associados e populares para apresentarem cumprimentos ao Executivo Municipal.
Da parte da tarde, no quartel, teve lugar o habitual convívio com animação e lanche para todos, estando o quartel aberto para receber amigos e associados.
Fotografias de António Carvalho (Goarte)
Acabado a fase “Charlie”, época do ano que também é conhecido como período crítico, no âmbito do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios ou Dispositivo especial de combate a incêndios florestais (DECIF) e que decorreu entre o dia 1 de julho e 30 de setembro, os bombeiros da Cruz Verde, juntamente com os seus camaradas de outras corporações, intervieram no combate aos incêndios florestais, que ocorreram no nosso país, cumprindo de forma exaustiva a sua ação humanitária na proteção das florestas, bens e vidas. As intervenções deste corpo de bombeiros foram feitas um pouco por todo o Concelho de Vila Real, como também para lá dos limites deste, como por exemplo nos Concelhos de Viana do Castelo (Parque Nacional da Peneda do Gerês), Barcelos, Mondim de Bastos, Sabrosa, Vila Pouca de Aguiar, Chaves e Valpaços, entre outras localidades ao qual a Cruz Verde se disponibilizou com a ajuda dos seus homens e mulheres com farda preparados para servir.
Incêndio florestal em São Bento, freguesia de São Tomé do Castelo (Vila Real).
Este ano de 2016 não passou despercebido pelos meios de comunicação social que relataram uma grande destruição das florestas nacionais, como também. o sofrimento de quem perdeu os seus haveres e a perda de algumas vidas humanas, ao qual testemunhámos no caso da ilha da Madeira. É de salientar o papel de todos nós, homens e mulheres que disponibilizam o seu tempo a proteger os outros, combatendo e dominando com bravura os fogos, assim como o seu rescaldo, assegurando a proteção dos cidadãos até que ele esteja verdadeiramente extinto.
Tudo isto se faz no teatro das operações, mas não de forma desmedida. É necessário preparação e responder a uma estrutura hierárquica, assim como possuir meios, materiais, entre outros recursos. Sabendo que a grande maioria dos corpos de bombeiros têm um cariz associativo humanitário, estes dependem de apoios estatais, como também dos seus associados, amigos e entidades empresariais sensibilizados com a causa dos bombeiros. No caso da Cruz Verde fica aqui um profundo agradecimento às entidades que ajudaram com o fornecimento de recursos alimentares e água, nomeadamente ao Continente de Vila Real, a MRW, ao Jumbo de Vila Real e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
No entanto, é de salientar que o trabalho dos bombeiros prolonga-se o ano inteiro para além do período do DECIF. Por isso, o nosso corpo de bombeiros está disponível 365 dias por ano, pelo qual mantêm-se ao seu serviço em regime de prontidão.
“Podia vir a Portugal em agosto passar as férias a descansar, passear ou fazer outra coisa qualquer, mas o que António Coutinho gosta mesmo de fazer é ajudar os seus “companheiros” no combate às chamas, que este ano têm fustigado Portugal de forma avassaladora.
Apesar de o distrito de Vila Real ainda não ter sido “muito afetado”, este emigrante, em França há mais de 30 anos, não tem parado e as lutas contra o fogo têm sido uma constante por outras localidades do Norte do país. “As situações mais complicadas que vivi este verão aconteceram no distrito de Braga, no de Viana do Castelo e mais recentemente no concelho de Alijó, onde várias casas estiveram em perigo”, mas felizmente conseguimos proteger as pessoas e os seus pertences”, refere este bombeiro voluntário, que se sente “em casa” na corporação da Cruz Verde.
Em França, António Coutinho, de 49 anos, trabalha na câmara municipal de Cahors, na recolha do lixo, um trabalho que não lhe permite fazer voluntariado nos bombeiros, apesar de já ter recebido convites. No entanto, quando chegam as férias não hesita e liga de imediato ao comandante Miguel Fonseca a dizer que pode contar com ele. “Cresci nos bombeiros da Cruz Verde e é aqui que me sinto bem. Tenho muitos amigos e tenho uma enorme paixão por esta missão de voluntariado, além de ter muito respeito e admiração pelo meu comandante”.
Este ano, a mulher decidiu não vir de férias a Portugal, uma vez que o marido está sempre ocupado nas tarefas de voluntariado. “A minha esposa já sabe que as minhas férias são dedicadas aos bombeiros, aliás quando me casei avisei-a logo que era um soldado da paz. Ela fica preocupada e está sempre a dizer para ter cuidado, mas o espírito que me envolve nesta luta é mais forte que tudo”.
A vida de bombeiro não é fácil e António recorda à Voz de Trás-os-Montes uma das situações mais dramáticas que viveu nestes longos anos dedicados aos bombeiros. Aconteceu há alguns anos, altura em que um amigo (bombeiro de Santa Marta de Penaguião) perdeu a vida a combater as chamas. “Foi terrível, são imagens que nos ficam para sempre na retina. Ver um colega a arder no meio do fogo e não podermos fazer nada, é um horror”, recorda António Coutinho, que se sentiu devastado por não conseguir ajudar um companheiro de luta. “Foi uma situação tão rápida que não nos deixou alternativa”.
Dos seus dois descendentes, nenhum quis seguir os passos do pai, mas António não deixa de ser um pai orgulhoso. “A exemplo do meu pai, do meu tio e dos meus primos (todos foram bombeiros), eu decidi seguir as suas pisadas e continuarei sempre com esta missão, mas os meus filhos preferiram optar por outros caminhos”.
Sobre a falta de voluntários que se sente em grande parte das corporações, António sublinha que os bombeiros deveriam ter mais regalias por parte do Estado, como acontece em França. “Os jovens continuam a ir embora do país, à procura de melhores condições de vida, e isso começa a sentir-se também nos bombeiros”, que deveriam “ter outra atenção” por parte do poder político.
Os incêndios são um drama difícil de parar, mas este homem, natural de Vila Meã, freguesia de São Tomé do Castelo, deixa um apelo às pessoas para serem mais cuidadosas, não realizarem queimadas e limparem os terrenos em volta das suas habitações. “Quando cheguei no final de julho a primeira coisa que fiz foi cortar a vegetação em volta da minha casa. Acho que ainda há muita negligência na propagação dos fogos, por isso as pessoas devem ser mais cuidadosas a preservar os seus bens.
Ontem, na quarta-feira, António Coutinho regressou a França, mas promete voltar na altura do Natal para continuar a sua missão voluntária de ajudar o próximo, uma vez que é assim que se sente bem.“
Texto transcrito da edição de 25/08/2016 do jornal “A Voz de Trás-os-Montes” (página 8).
Fotografia: Márcia Fernandes