Símbolos


A Designação

“Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Vilarealenses” | “Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real”

1 de Janeiro de 1950

Jerónimo Mota e Comandante César Pinto
(da esquerda para a direita respetivamente)

No longínquo primeiro de Dezembro de 1890 foi fundada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Vilarealenses. Apesar desta designação estatutária era também denominada por Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real. As duas designações coexistiram, sendo referidas, em simultâneo, nos livros de actas da época.

Em 3 de Setembro de 1928, a denominação da Associação foi alterada para Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real e Cruz Verde «Comendador Botelho».Este facto fica a dever-se à criação desta Secção de Saúde, cujo Comendador Botelho que foi o seu benemérito.

Já em 11 de Agosto de 2009, a denominação foi alterada, em virtude de haver necessidade de ser simplificada, pelo que passou a designar-se Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Real  – CRUZ VERDE.

A Corporação era conhecida como a dos “Voluntários”, a dos “Bombeiros de Cima” e a partir de 1981 com o incremento do Comandante José Pinto, passou a ser conhecida como a dos “Bombeiros da Cruz Verde” ou simplesmente “Cruz Verde”.

O símbolo “Cruz Verde”, ganhou relevância e passou deste modo a identificar a nossa Associação. Como curiosidade é de referir que esta secção de saúde precede a antiga secção de saúde “Estrela Vermelha” fundada em 1921.

 “Voluntários”, “Bombeiros de Cima” ou “Bombeiros da Cruz Verde” identificam-nos quando socorremos e quando salvamos, são sinónimos da determinação, da coragem e da formação que nos distingue e nos torna um símbolo dos Bombeiros, desde a fundação até à actualidade.

A Bandeira

Nos estatutos de 1890, começamos com uma bandeira branca tendo ao centro um escudete azul no qual era bordado a ouro o emblema da Associação.

Mais tarde, já por volta de 1964, o Chefe Artur e o Chefe Simão incluem na bandeira, no escudete e por trás das letras V e R uma Cruz Verde, símbolo da Saúde.

Actualmente, a bandeira oficial é de cor dourada e o escudete mantém o azul.

As restantes bandeiras têm a cor amarela e o azul do escudete tem um azul muito desbotado.

Simbólica é a outra nossa bandeira FERNANDA, que se diz ter sido bordada pela própria esposa do ilustre Carvalho Araújo, o qual tinha familiares que foram directores da Associação. Esta bandeira tem como curiosidades a “Estrela Vermelha”, símbolo do quadro de saúde e uma âncora que é simbologia típica da marinha. A bandeira foi baptizada por D. Ester, esposa de Carvalho Araújo a convite da Associação. A cerimónia decorreu em 1931, aquando da inauguração da estátua de Carvalho Araújo.

As restantes bandeiras têm a cor amarela e o azul do escudete tem um azul muito desbotado.

 

A bandeira e a propósito de um incêndio

Um dos maiores incêndios em que a técnica e coragem dos Bombeiros Voluntários foram postas à prova, deu-se em 2 de Janeiro de 1894, pelas 3 horas da manhã, no Cimo do Campo, hoje Praça Luís de Camões, num prédio pertencente a Manuel Samardã, pai de Adelino e António Samardã.

Todo o prédio foi devorado por este violento incêndio, não podendo os Voluntários salvar coisa alguma do seu recheio, limitando-se a circunscrevê-lo, no que tiveram de empregar tais esforços que todo o seu material ficou extremamente deteriorado.

Por esta razão, o povo de Vila Real, várias colectividades, autoridades civis e militares e os estudantes do nosso liceu, organizaram um bando precatório a fim de se conseguirem fundos necessários para reparar o material danificado.

Na mesma altura e num gesto altamente humanitário e dignificante, as senhoras vilarealenses, na mira de angariarem donativos para o mesmo fim, tomam a bandeira da Corporação e percorrem as principais ruas da cidade, recolhendo assim uma importância digna de nota, visto que o povo, sempre generoso, acolheu os bandos precatórios com tal carinho que todo o material pode ser convenientemente reparado.

 

Poema à Bandeira

Vila Real, 19 de Janeiro de 1947

Luiz Mateus Granjo – 1ºPatrão

O Emblema

O Emblema tem os símbolos dos Bombeiros e está encimado por um capacete. Na Bandeira antiga, nos documentos antigos e na “Pontiac” está voltado para o lado direito, actualmente está voltado para o lado esquerdo.

O Escudete

Ao longo dos tempos o escudete foi mudando de cor. O azul do tempo da fundação foi substituído pelo vermelho bombeiro em meados dos anos 70. Já mais recentemente e a quando da encomenda de um conjunto de azulejos que está no Salão Nobre, a cor sofreu algumas alterações passando a ser do tom que vigora actualmente.

Foi, entretanto, apresentada uma proposta para que se recupere o tom azul que é o original do escudete e que se pode ver na antiga bandeira e que ainda consta na Bandeira Oficial.

O Distintivo

Os bombeiros têm um distintivo que identifica a Associação. O crachá definido nos estatutos constava de uma chapa de metal branco, em forma de escudete com os cantos superiores em quarto de círculo côncavo, tendo no alto do lado direito um B e no fundo do lado esquerdo VR, ao centro em diagonal da esquerda para a direita VOLUNTÁRIOS. Este distintivo, tinha na parte de trás duas alças por onde passava uma liga de elástico. A quando de incêndio e sempre que o bombeiro se apresentasse à civil, este tirava o distintivo da carteira e colocava-o no braço como se fosse uma braçadeira. O distintivo sofreu, ao longo dos tempos, várias modificações sendo as mais notórias as referentes às cores e materiais.

Emblema antigo

Várias cores do escudete

Distintivo antigo

O Hino

O nosso ideal é o bem sublime,
Esse sol rutilante dos céus.
É luz sagrada que redime
E que eleva nossa alma até Deus.

Nós temos somente uma esperança
Que é a da Glória o maior galardão.
Salvar a vida de uma criança,
Defender da miséria um irmão.

Sempre, sempre avante,
Pela vida além
Dando a vida até
pelo amor do bem.

Ó Santa e pura caridade
És o anjo. És a força capaz
De um dia erguer a humanidade
a uma era de glória e de paz.


Hino da Associação tocado pela Banda de Mateus



Banda de Música “Philarmónica”

Julga-se que o Hino terá quase tantos anos como a Associação Humanitária, podendo ter sido composto e tocado pela Banda “Philarmónica”da Corporação. Esta Banda foi fundada no ano de 1896 conforme consta em acta de 27 de Janeiro de 1896. Como curiosidade refira-se que em acta de reunião de 9 de Fevereiro de 1896 foi apresentada a conta 380.720 reis para compra do instrumental da Banda, fazendo-se referência que o regente seria Manuel António Teixeira. Também na mesma data foi proposto arrendar uma casa para ensaios.

A ligação dos elementos da Banda “Philarmónica” à própria Corporação fica demonstrada quando os elementos que a compunham pretenderam fazer parte do corpo activo pelo que lhes foi disponibilizada a Bomba nº2.

Já em 7 de Fevereiro de 1897 foi presente o regulamento para a “philarmonica” não havendo contra qualquer observação ou reclamação alguma pelo que foi submetida para aprovação da Assembleia.

Em 30 de Junho de 1899 perante uma dívida desta Associação esta vê-se na necessidade de pôr à venda os instrumentos da Banda “Philarmónica” , finalizando aqui a vida da Banda da Associação.

A Banda de Mateus toca o Hino da Associação – 13/10/2007

A Banda de Mateus toca o Hino da Associação
13/10/2007

Na impossibilidade de ter a sua própria banda a Associação Humanitária passou a ter a colaboração da Banda de Música de Mateus de onde eram oriundos muitos dos músicos da Banda entretanto extinta.

 Era a Banda de Música de Mateus que acompanhava a Corporação de Bombeiros no desfile de aniversário e em outras ocasiões. O Hino era tocado no dia do aniversário, ao hastear da bandeira, no palco e no final do espectáculo que era realizado nesse dia. Havia elementos da Banda que eram Bombeiros da Corporação e que se fardavam de Bombeiros nesse dia.

No mês de Dezembro, os clarins iam ensaiar com a Banda, quer o Hino, os toques, mas também uma marcha que no dia de aniversário dedicavam a um elemento dos órgãos sociais, comando, sócio benemérito ou honorário, ou mesmo a um amigo a quem depois da dedicatória solicitavam auxílio económico para a Associação.

Serviço cobrado pela Banda de Mateus à Associação Ordem da música da Associação

A história da Associação Humanitária está, efectivamente, ligada aos músicos de Mateus sejam os da antiga Banda Marcial de Mateus ou a actual Banda de Mateus. A história documental da colaboração entre a Banda de Mateus e a Corporação de Bombeiros revela, por exemplo, que no aniversário do 1º de Janeiro de 1914 a Banda Marcial de Mateus cobrou 20$00 pelo serviço que prestou. Era, por esta altura, regente da referida Banda o Sr. Manuel Alves Raposo.

Também em documento que faz parte do valioso espólio da Associação Humanitária, o Comandante Albano Silva publica em Ordem de Serviço de 2 de Setembro de 1933 a proposta para bombeiros auxiliares os componentes da Música dos Bombeiros Voluntários de Vila Real (velha de Mateus) constituída pelos seguintes elementos: Sebastião dos Reis Alves de Carvalho, José Gomes de Moura, Benjamim Pinto Monteiro, Raul Gomes de Moura, Diamantino Pinto Monteiro, Aurélio Pinto Monteiro, Francisco Gomes de Moura, António Gomes Pinto Monteiro, Francisco de Sousa, Gabriel Fonseca, Agostinho de Freitas, Eugénio Silveira, Álvaro de Matos, Álvaro Ramos, José Luís, Joaquim de Matos, José Silveira, Gabriel Silveira, Eurico Pinto Monteiro, Ângelo Correia, Raul da Silva, António Lopes, Aníbal Claudino, Mourão Pinto Monteiro, Joaquim Gomes de Moura e António Gomes de Moura.

Ver mais do Historial:

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